domingo, 15 de agosto de 2010

De "amigas pra sempre" ao martírio em duas rodas

Eu já deveria saber que certas coisas só funcionam em filme, ou pelo menos, em um determinado contexto. Mas em 24 anos ainda não aprendi. Voltei da China com a ideia fixa de comprar uma bicileta. Passei na loja da rua de trás com a minha saia rodada amarela e virei pro atendente tatuado e com brinco de fazer buraco na orelha falando: - Moço, I want a very girly bike!

Não sei ao certo em que momento da minha infancia criei a ideia de bicicleta em tons pasteis e com cesta de palha na frente, mas sei que essa imagem ficou na minha cabeça até hoje. Eu tenho a impressão de que foi por volta dos nove anos, quanto assisti pela primeira vez "Amigas para Sempre", mas isso soa ainda mais estranho, posto que só aprendi a pedalar sem rodinha aos doze (pasmem!).

Mas voltando a tal loja aqui de tras, o moço me levou lá no finalzinho da longa fileira de bicicletas ultra-modernas e me perguntou: - é isso que você quer? Isso! Isso! Isso! Minha idealização de duas rodas lá na minha frente, eu não quis nem saber. Comprei feliz, sem nem levar em consideração que estou numa das cidades mais movimentadas do mundo e minha nova companheira foi feita apenas para campos abertos e, claro, sets de filmagem.

Minha primeira tentativa de uso foi ir de bike até trabalho. No Google vi que demoravam só 40 minutos do Chelsea até Astoria, mas eu levei 57. Tirando o fato de que a cada esquina eu a tinha certeza absoluta que ia morrer com um taxi passando em cima de mim, eu achei que fui bem. Até chegar na sala e o coworker virar pra mim assustado e perguntar: - Oh my god, what were you doing??? Cross-country??? Isso e mais a dor aguda que senti por dez dias consecutivos, me fez deixar a ideia de pedalar até o trabalho, assim, um pouco de lado. Mas hoje é domingo, pé-de-cachimbo, e resolvi ir até o Central Park.

De novo: por que cargas d'água, numa cidade tão plana, resolveram botar morro justo no Central Park? Tá, eu sei, foi pra quebrar o cartesianismo do resto da ilha, mas mesmo assim!!! Resolvi dar a volta completa, e a impressão que eu tinha era que eu só subia, só subia. Todo mundo passando feliz por mim e eu lá, girando o pedal sem sair do lugar. Duas horas depois cheguei em casa, com a perna tremendo e falta de ar.

Se eu me arrependi de ter comprado a bicicleta dos meus sonhos de criança? Claro que não! Um dia ainda boto umas flores na cesta e vou fazer um pic-nic!









Ela é linda, não é!?

6 comentários:

  1. hahahaha, Isa, ela é very girly!!
    Parece excelente para ser usada num set de filmagem na Provence ou na Toscana...
    Obs: Ela não tem marcha?
    Obs2: Cross-contry? Muito bom!!!!

    Bjos,
    Camila

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  2. Que show seu Blog Isa ... parabéns, adorei!
    Sucesso p vc.
    Bjs,
    Tatiana

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  3. Owwwn... Ela é mto fofa. To apaixonada. Já planejava dar umas voltar com ela, agora com certeza, pedirei emprestada. Vou me sentir em um filme. Preciso de uma foto com ela tbm! hahaha... E podemos fazer nosso picnic, nesse dia eu alugo uma bike e vc vai com a sua! yaaaay

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  4. cara..vc é demais! saudades absurdas desse ser humano q vc é! [I love bikes...independente das dificuldades]
    e sim, sua bike é linda!

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  5. quero dar uma volta isa!!!!!

    bjao Carol

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  6. Geeeente, obrigada pelos comentários! adorei! e ela está a disposição de todas! :)

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